domingo, 14 de setembro de 2008

Saudade

Saudade
João Batista Neres Filho – 14/09/2008.

Já não me resta nada, só vazio de uma dor que se foi,
Sempre o castigo, amei demais sem ser amado.
Saudade de um passado, de uma mentira, de um sonho.
Saudade de um ser que nunca existiu, sinto saudade.
É algo estranho, menti tanto que o amor era verdade.
Que agora chego acreditar, por isso sinto saudade.
Mas esse amor nunca teve um rosto, somente fantasia de meu coração.
Sonho desde menino com o ser amado.
Criei tantas fantasias com o amor ideal,
Que agora vivo do passado de minha mente.
Mas essa ilusão não foi embora.
Ainda durmo pensando num rosto para meu amor,
Nesse rol, surgem rostos para ocupar essa minha fantasia.
Mas logos são descartados, são seres que não podem pertencer a mim.
Ou pelo menos penso que sim.
Amei, amei, amo, amo, mas estou sem ninguém.
Durmo e abraço o meu travesseiro, ele é o único amor que me resta agora.
Acordo sozinho, no meio da noite, procurando por meu amor.
Encontro meu travesseiro, fico com ele.
Só queria um beijo, mas meu travesseiro está no chão.
Ainda bem, pois só faltava eu beijar um travesseiro.
Não entendo.
Como pode um cara que gosta de estrelas, de lua, de mato.
Ficar sem amor?
Talvez seja porque o meu ideal de amor não exista.
Ou talvez o objeto do meu amor, não é adequado a mim.
Mas como se não escolhi?
Quisera eu ter uma chance de fazer uma escolha nesse sentido,
Meu beco é sem saída.
Embora nunca liguei para essa hipócrita sociedade.
Desisti do objeto do meu amor, simplesmente não quero mais amar uma mentira.
E pedir a Deus que me sustente, e deixe pelo menos o meu travesseiro.

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