sábado, 17 de maio de 2008

PAIXÕES

Paixões – 16/05/2008.
João Batista Neres Filho.

Quantos enganos, tantos amores profanos,
Quantos amores perdidos, sofridos.
Quantos sonhos jogados fora, tantos devaneios,
Anseios não realizados, encontros frustrados.
Mentiras ditas, malditas, feridas abertas, malditas feridas.
Sozinho. Momentos passados, distantes, chorando.
Largado pela vida, promessas quebradas, coração arrebentado.
Cadê você que não me amou?
Onde estão seus olhos que nunca enxerguei?
Com qual caricia saciarei o seu desejo, qual a forma de seu corpo?
Quando será o primeiro beijo, quando te vejo?
Verei você um dia? Não sei.
Desejos mundanos, carnais, onde está seu aroma?
Qual a forma de seu amor? Amor tem forma?
Desejo. Ah maldito desejo, como aplacar sua urgência?
Animal ferido, acuado, enjaulado, dentro do peito o amor dói.
Amor por quem? Nunca existiu ninguém.
Amores, mentira, cara-metade ilusão.
Paixão, atração, secreções. Faça-se o homem.
O ser precisa existir.
Nada é o que é. O verniz na face sempre encobrindo.
Ninguém se descobre por inteiro, sempre há o oculto.
Que pena! Existem verdades e verdades.
Por isso, sofro, em mim não há reservas. Mostro-me por inteiro.
Choco, ainda bem!
De imediato sou amado ou odiado.
Nisso ninguém pode me enganar.
Estou sempre machucado, mas correndo sempre atrás de uma utopia: o amor.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

DEUS E O LIVRIO-ARBÍTRIO

DEUS E O LIVRIO-ARBÍTRIO.
JOÃO BATISTA NERES FILHO – 10/02/2007

Como entender a personalidade de Deus? Por mais que penso não consigo responder. Como entender sua supremacia, se só Ele pode entender a Ele mesmo? Suas coisas são loucas, em primeiro momento fora de nexo, paradoxos estão sempre presentes em sua obra: Humildes são exaltados, ignorantes tornam se eruditos, fracos tornam se intrépidos. Lobos tornam se cordeiros, quem destruía passa a construir, quem era mau passa a ser bom, enfim usa as coisas menores ou piores para torná-las maiores ou melhores.
Há determinado momentos que a impressão que se tem é que Deus está brincando conosco, mas ao analisarmos os fatos a única conclusão que chegamos é que Deus está sempre ensinando, Ele nem sempre vai direto ao assunto, alias não poderia ser diferente, pois é muito mais fácil aprender dessa forma, Ele não quer viver nossa própria vida, por isso Deus nos deu o livre-arbítrio para que nós mesmos cheguemos a um lugar seguro sem sua interferência direta. Isso não quer dizer que Deus não age diretamente em determinadas situações. Tenho visto muitas situações em que qualquer um percebe ali um agir direto da pessoa de Deus, mas sempre que a ocasião o permite Ele nos dá a liberdade de agir.
Talvez por isso é que muita gente culpa Deus pelos seus fracassos, não percebendo que se não tivéssemos a liberdade de agir seriamos robôs em suas mãos, por isso devemos sempre ser grato a Ele pelo nosso poder de escolha. Nada em toda trajetória de nossa vida nos é imposto. Existem pessoas que contraem uma doença grave e culpam a Ele, há pessoas que estão na condição de miséria e culpam a Ele, não percebem que a vida é feita de escolhas e que se estão nessas condições é porque fizeram uma escolha errada no passado. Todos os excessos cometidos no passado nos causam algum dano no presente e Deus não é culpado de termos escolhido o caminho errado.
Sempre que estamos para fazer uma escolha errada, Deus nos conecta diretamente a ele ligando se assim posso dizer “nossas antenas de alertas”, se prestássemos mais atenção a esses sinais muitos transtornos seriam evitados.
Uma pessoa está sempre ligada a Deus, mas é no momento em que esta começando a fazer suas escolhas na vida que ela mais precisa estar atenta a voz de Deus, a pouca idade não impede que se siga o caminho correto, uma vez que nessa idade as decisões são sempre para resolver assuntos pertinentes aquele momento e não para a vida toda. Nessas horas os pais têm uma importância vital, pois se estão criando os filhos com embasamentos bíblicos as decisões são sempre mais fáceis de serem tomadas. Posso dizer por experiência própria que o conhecimento religioso deveria começar antes de qualquer outro ensino, pois o ser humano precisa de limites e Deus tem um papel fundamental nisso, embora falo em limites, isso não impede nosso livre-arbítrio de agir. Pais que não professam uma fé e que não transmitem isso aos seus filhos estão criando adultos sem esperança, com problemas existenciais e frustrados. A personalidade de alguém não nasce com ele, vai sendo forjada através das experiências que cada um escolheu passar. Surge daí a grande necessidade dos ensinamentos religiosos dos pais aos seus filhos desde a mais tenra idade, o único cuidado que tem que se ter é transmitir esses ensinamentos como Deus faz conosco, sem imposição.
Tome o caso de dois rapazes amigos, um depois de muitos sofrimentos na vida, resolveu dar um basta e procurar assistência religiosa, assim começou seu caminho rumo a Cristo, o outro depois de algumas resistências resolveu seguir pelo mesmo caminho. Receberam ambos os mesmos tratamentos prestados pela a igreja local. O primeiro perseverou acatando os ensinos de seu pastor e aceitando a autoridade de Deus sobre a sua vida, continua firme e progredindo espiritualmente, houve uma mudança de atitude completa, sua vida mudou completamente. O outro enganou a todos fingindo uma mudança de atitude, ou pelo menos achando que bastava ser “morno” para se chegar a Deus. Pelo que se sabe, sua vida não anda nada boa, envolveu outras pessoas em sua história, voltou a beber, fumar. Se receberam o mesmo acompanhamento, porque ambos seguiram caminhos tão diferentes? A única explicação esta em nosso livre-arbítrio. Ambos tiveram poder de escolha, o nosso consolo é que podemos sempre voltar atrás, Deus nos dá essa oportunidade. Mesmos nos últimos instantes de nossa vida terrena, Deus nos chama a uma mudança de atitude, acredito que mesmo em nosso ultimo minuto de vida, se nosso livre-arbítrio nos levar a um arrependimento verdadeiro, Deus nos levará para a sua morada.
Nesses últimos anos as pessoas andam muito preocupadas com o aumento da violência, parece que já estamos vivendo o que está escrito em Mateus 24.5-14 e o amor esta se esfriando, nessa época atual nossas escolhas precisam ser pensadas com mais responsabilidades para que não haja isolamento ou preocupação em nosso meio, chegou-se ao tempo em que a sabedoria mais do que nunca precisa a andar junto com o livre-arbítrio, não podemos ser somente cristãos agindo com o coração, a razão tem que prevalecer sempre, por isso é tão importante a leitura e o entendimento da Bíblia. Ela nos da sabedoria para que nosso poder de escolha possa ser praticado sem erro, pois as coisas das trevas estão sempre ocultas em pequenas armadilhas que nem sempre percebemos, e isso está sempre agindo nas coisas do cotidiano. Devemos tomar o cuidado para não cair nessas armadilhas. Precisamos saber se somos nós que estamos resolvendo as coisas ou se é outro fator que está agindo com o intuito de nos confundir. Deus nos faz, através de seus ensinamentos, a chegar a uma escolha que será para o nosso bem, as trevas nos cega afim de que não possamos ver o caminho que devemos seguir, mas Deus também nos ensina a lidar com elas, se estivermos atendo, ninguém nunca fará nossas escolhas. Devemos entender que Deus nos criou com o poder de pensar, por isso ele nos deu o livre-arbítrio e a falta de conhecimentos (trevas), nos impede de fazer as escolhas certas. Daí é que uma pessoa precisa ter contato com as coisas de Deus logo cedo, para que possa a aprender a usar a sua liberdade com sabedoria. Agora no inicio de meu curso de teologia, ouvi um professor dizer que na opinião dele o ser humano havia perdido o livre-arbítrio com a queda de Adão e que somente o recuperava quando se tornava cristão, não concordo com ele, pois mesmo em pecado Deus não nos tira a liberdade de escolha, mesmo que optamos pelo mau, o livre-arbítrio está presente. No mau também existe liberdade de escolha do contrário não poderíamos mudar de opinião e seguir o caminho do bem. Nessa condição de não cristãos, podem até tentar fazer nossas escolhas, mais temos o poder de dizer não a essas escolhas, não podemos imputar a culpa da má opção a ninguém, cabe a nós a decisão do que queremos.

PRECISO DEIXAR DE SER CHATO

DEIXAREI DE CHATO
JOÃO BATISTA NERES FILHO – 24/02/2007.

Decidi que deixarei de ser chato. Vou mudar de opinião. Descobri que andava dizendo por aí que nem todo mundo tinha nascido para viver acompanhado, simplesmente para ocultar minha incompetência em conquistar alguém, que só Jesus me bastava. Aprendi, observando um casal amigo do qual gosto muito, que preciso deixar urgentemente de ser chato. Vendo-os pude observar que ninguém nasceu para viver só. A morte veio ceifar a vida de um desses meus amigos e a tristeza se apossou do outro. Durante uma semana ele não se alimentou direito, fiquei preocupado. Acredito que para esse meu amigo eu sou o “deus” dele. Quando o procurava ele ficava me olhando, talvez, pensando: O que esse meu “deus” esta fazendo, será que ele não vai fazer nada? Será que não está vendo o meu sofrimento?
Descobri que sou muito chato, que se estou sozinho é porque ninguém me agüenta. Aliás, se pudesse namorar comigo mesmo não ira querer de jeito nenhum. Preciso mudar, se quero arrumar alguém, realmente preciso mudar. Descobri que sou muito chato. Só minha mãe mesmo para me agüentar. Aliás, para minha mãe, não sou chato, mas exigente. Tão exigente que preferi morar sozinho, longe dela.
Observando esse meu amigo descobri que sou muito chato. A namorada dele era muito mais velha, mas para ele não importava. Ele a queria de volta e, como ele achava que eu era o seu “deus”, a sua quietude era para me lembrar que eu não estava fazendo nada para ajudá-lo.
Descobri que sou muito chato, pois ele me fez compreender que se eu tinha nascido para viver sozinho ele não. Ele queria outra companheira.
Resolvi deixar de ser exigente e sastifazer a vontade desse meu amigo. Como “deus” dele que sou, depois de uma semana de viuvez, resolvi arrumar outra namorada para ele e foi o que fiz.
Hoje a alegria passou a reinar novamente em seu lar e sua gratidão por mim passou a ser constante, seu cantar demonstra isso. Arrumei uma namorada para ele.
Aprendi com meu periquito australiano que preciso urgentemente deixar de ser chato e arrumar alguém também.

VOU PARA AS TREVAS

Vou para as trevas
João Batista Neres Filho – 06/12/2007

Na Tua morte, minha salvação.
Na Tua cruz, minha vida.
No Teu sangue, minha liberdade.
Tu não me deixaste beber do meu cálice.
Cálice amargo, cálice de morte, cálice do pecado.
Pela minha vida, Teus nervos foram traspassados.
Por amor de mim, Tua carne foi dilacerada.
Tu foste moído para mudar minha herança.
Hoje herança do perdão.
Nada foi em vão, Tu é o rei da minha vida.
O centro, o Deus que anda os meus passos.
O alvo, no qual direciono meus sonhos.
O amor de minha vida.
Que me tirou os pesadelos.
E mudou o meu dormir.
Tua graça repousa em mim.
Tua misericórdia, Teu amor agora posso sentir.
Que faço eu?
Envergonho-me.
Como fugir de sua onisciência?
Nenhum pecado meu fica oculto diante de ti.
Isso me constrange, me trás de volta.
Faz-me lembrar que derrotou a minha morte.
Que foi o único que se importou.
Então seguro em Tua mão e ando sem medo.
Mesmo sem asa vou voando ao encontro de Tua alvorada.
É lá, onde há luz, que o Senhor quer que eu fique.
Não por muito tempo.
Pois, Teus seguidores possuem luz própria dada por ti.
Por isso vou para as trevas, crente não fica na luz.
É nas trevas que faço a diferente.
Como pode a luz clarear a si mesma?
É lá que preciso lutar e vencer.
É na escuridão que preciso levar o seu amor.
Hoje entendo!
Deixou que eu tivesse experiência com a sombra do mal.
Para poder vencê-lo.
Obrigado!