“Pátria Livre ou morrer pelo Brasil”
João Batista -12/12/2008
Saudade do que ficou.
De momentos loucos, inconseqüentes,
Dos anos setenta, dos anos oitenta.
De Maria Betânia, Gal Costa,
Caetano, Gil, de Geraldo Vandré.
E seu “Pra não dizer que não falei das flores”.
“É tão difícil olhar o mundo e vê que o amor não mais existe, de Roberto Carlos”.
Saudade da ingenuidade em meio ao caos.
Do olhar de desafio, diante de uma farda.
Saudade da noite no camburão.
Do coração na mão,
Saudade das perseguições, das fugas.
Das lutas comuns, do ser comunitário.
Do saldado, que com um pé na bunda me pós para correr.
Saudade do idealismo implantando em meu peito.
Do cigano bonito que me deu abrigo.
De seu cinema de lona passando “Um dólar Furado”.
De Giuliano Gemma, saudade de Jean Baez,
Do meu grande amigo Lutero,
De nosso amor livre na Rua Caetés.
Saudade do Adelson tentando ser homem, quando na verdade queria é ser mulher.
Saudade de Paulete Perigosa, enfrentando a polícia.
Do circo Transberlim, meu refúgio, minha segurança.
Tudo isso com chuva, lua cheia, frio e fome.
Cada morte um desafio, havia um ideal: uma pátria livre.
Queríamos morrer pelo Brasil.
Fui tanto menino e homem ao mesmo tempo. Desafiei.
Mas valeu a pena.
Hoje há liberdade,
O ir e vir está assegurado.
Só não esperava que o homem se tornasse uma ilha.
Fechado em si mesmo.
Não furei pneus de viaturas para isso.
Levei porrada e tampão no ouvido.
Por causa da coletividade.
É triste, o ser ficou individual.
Aí reside minha tristeza: Só aprendi a viver para coletividade.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário